Reportagem Brant Bjork no Porto
Um nome incontornável do stoner rock, Brant Bjork, veio ao Porto mostrar como se faz. Acompanhado pelo também histórico Sean Wheeler, houve muito rock com selo de deserto no Cave 45, casa que aliás está marcadinha até ao pescoço por mordidas do stoner e do psicadélico.
Mas antes, houve prata da casa a fazer sacudir cabeças pela sala. Os Ana Paris, que fazem a ponte stoner entre São Pedro da Cova, estão a ter um ano em cheio, já que no verão fizeram também parte do certame do Sonic Blast Moledo. Com um som já mais musculado e maduro, fruto dos 6 anos de carreira, a recepção à banda liderada por Miguel Vieira foi globalmente positiva, com alguns dos seus seguidores a fazer questão de se agitarem ainda mais em frente ao palco. Com um som que não fica muito longe de bandas como Kyuss, a escolha foi acertada, e os quatro músicos puderam assim espalhar com sucesso o seu rock desértico salteado de crítica social ao público presente.
Contudo, a noite pertencia ao californiano Brant Bjork e a sua armada de peso, ele que é uma das figuras mais relevantes da cena stoner rock de Palm Desert. E foi precisamente o que se esperava: com "Tao Of The Devil" de 2016 em destaque, os riffs com areia que saiam da sua guitarra fizeram as delícias dos presentes. Apesar de ser ter notabilizado como baterista nos Kyuss e posteriormente nos Fu Manchu, é na guitarra orquestra o seu imaginário psicadélico e stoner, com menos peso e mais maturidade do que exibido nos seus projectos anteriores.
O autor de “Green Machine”, talvez uma das músicas mais reconhecidas de Kyuss, recuperou, como esperado, Jalamanta, interpretando temas icónicos como “Automatic Fantastic” ou “Low Desert Punk”. O melhor ficou guardado para o fim, um esticão em jeito de jam a desfazer os pescoços e a mostrar que o stoner, apesar da idade, nunca esteve tão vivo.
- Organização:Garboyl Lives
- terça-feira, 02 janeiro 2018