Reportagem Ghold + Örök no Porto
Os portuenses Örök subiram ao palco com uma formação renovada e vontade de mostrar as novas composições. Com grande veia atmosférica, o grupo assentou a sua actuação num trocar de erupções entre um black metal primitivo e frio que nos atacava com rajadas afiadas e drones provenientes do sintetizador.
Bastante coesos, fazem ecoar um som à laWITTR, no entanto mais contido. A setlist recaiu para Übermensch lançado pela Signal Rex. No entanto o final da actuação viu ainda um tema novo que fará parte de um futuro álbum.
Enquanto os Ghold apostaram numa catarse de experimentalismo com o seu sludge/noise de proporções gigantescas. Numa semi-jam de peso, que crescia à medida que o tempo se torcia entre si e os seus instrumentos. As batidas refinadas e apuradas não nos avisaram da ruptura sonora que deu lugar na sala. Um amolgamento de feedback e as paredes vibravam com cada golpe nas cordas das guitarras.
O trio comportava-se como uma criatura homogênea, ao seguir os passos de cada membro, de forma metódica, quase de olhos fechados. O baixo pulsante cortava o ar, e os presentes sentiram-no na pele.
Feitas as contas, um evento que só pecou pela fraca afluência do público. Porém, ficou de certeza gravado na memória dos presentes.
- quarta-feira, 26 abril 2017