Reportagem Process of Guilt no Porto
Os Process of Guilt entraram perante um Cave atulhado de fãs , que ansiavam por ouvir finalmente novos temas. E não defraudaram. Como sempre, intensos, profissionais e com garra. Apresentando o excelente novo álbum “Black Earth”, mostram novamente o porquê de serem uma das bandas nacionais mais originais e empolgantes. Continuando com a sonoridade que tem vindo a desenvolver desde o “Erosion”, mas puxando mais os limites da colisão de riffs monolíticos, e esmagadores que sao acompanhados ocasionalmente do vozeirão primordial de Hugo Santos, que nos atormenta e reduz as cinzas a cada sílaba.
As batidas, tal como uma força da natureza, corrosivas, grandiosas sao estampadas nas peles da bateria, incrivelmente densas, deixam-nos sem ar, fazendo as paredes da sala vibrar. Sentindo-se confortáveis na sua pele, a cada novo passo que dão, Process of Guilt fazem-no com uma precisão incrível, deixando terreno no entanto, para novas experimentações.
A primeira parte ficou a cargo dos portuenses FERE, uma banda relativamente recente mas que conta com integrantes da cena nacional de post-rock. Instrumental bem feito, pujante e com uma certa atitude de desapego por normas rítmicas mais convencionais. Entregaram-se completamente a sua actuação, mostrando carácter e maturidade, que deixou os presentes envolvidos num frenesim de riffs. Densos mas dinâmicos ao ponto de conseguirem abrandar a comoção. Foram um aperitivo bem escolhido antes dos Eborenses subirem ao palco.
- terça-feira, 02 janeiro 2018